A pauta do mês de novembro é luta diária para o movimento negro diante da estrutura racista que nos coloca em posição vulnerável em meio a sociedade. Somos a base, porém com alicerce ancestral que luta em difundir a nossa memória e cultura griot para criar estratégias que sejam capazes de garantir direitos, mudar pensamentos coloniais e repensar a nossa existência enquanto pessoas negras no Brasil.
A luta por reparação é constante e apesar da existência há 20 anos da Lei 10.639/03 e 15 anos da Lei 11.645/08 - ambas que instituem a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira, africana e indígena nos estabelecimentos de ensino do país - não temos, enquanto sociedade, a dimensão da historicidade e raiz dos povos ancestrais.
A data de hoje, 20 de novembro, faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Como último líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi, representa a resistência de milhares de negros contra a escravidão por sua luta no maior dos quilombos do período colonial.
Zumbi era neto da Princesa Aqualtune, figura importante da história, valorizada entre os seus pelo conhecimento político, organizacional e de estratégia de guerra. Guerreira no Congo, comandou um grupo de cerca de 10 mil homens e mulheres contra os invasores portugueses, após a derrota foi sequestrada e enviada para o Brasil.
Aqualtune foi vendida com a indicação de ser reprodutora e seguiu, já grávida, para uma fazenda na região de Porto Calvo. Foi nesta região que ouviu os primeiros relatos sobre um reduto de africanos livres e decidiu comandar uma fuga com destino a este quilombo, conhecido como o primeiro núcleo do que seria o Quilombo dos Palmares.
Zumbi foi o companheiro de Dandara dos Palmares. Um dos principais nomes da luta negra no Brasil que teve papel fundamental na construção e comando do Quilombo dos Palmares. Fabricava espadas para lutar pela libertação de escravizados e era conhecida como Rainha Dandara. Com Zumbi teve três filhos: Aristogíton, Harmódio e Motumbo.
Ter acesso à história é mais do que conhecimento, é identidade, é se reconhecer como descendente de Reis e Rainhas, e ainda, compreender com mais profundidade o ensinamento de que "nossos passos vêm de longe".
O dia 20 de novembro é também a data de início da campanha 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres. A campanha foi criada com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo. Os 21 dias diz respeito a um período de significativas datas históricas que marcaram a luta das mulheres, datas essas que são o Dia 25 de novembro - declarado pelo I Encontro Feminista da América Latina e Caribe, em 1981, como o Dia Internacional de Não Violência Contra as Mulheres e o dia 10 de dezembro como o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
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