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Racismo e exclusão social - Saúde Mental em alerta

Racismo e exclusão social - Saúde Mental em alerta

As violências na vida de uma pessoa negra geralmente já se iniciam na primeira infância onde a definição do fenótipo é identificado no ambiente familiar, escolar ou religioso. Este padrão é construído no viés da comparação e com o indicativo do que é bom, seguro e limpo. E segue durante os anos com impactos sobre a aparência - cabelo, vestimenta, tom de voz - e sentimento de pertencimento.  

Somadas a essas vivências a pessoa negra está mais exposta a questões que atentam a sua vida como o alto número de violências contra mulheres negras; assassinatos de jovens e homens negros; precariedade no acesso a saúde; subempregos que afetam diretamente no acesso a moradia e alimentação.  

A saúde mental da negritude está sempre em alerta e continuamente apresenta gatilhos dos quais os submetem a rememorar uma lembrança ruim da infância/adolescência como também a adicionar mais uma história com um novo agressor a cada embate racial, é uma dor constante. Como negro único acaba sendo objeto da própria luta quando ascende em espaços onde a maioria é branca, isto o faz estar ainda mais vigilante, podendo adoecer a qualquer momento. Um negro em ascensão trabalha duas/três vezes mais para ser minimamente notado em uma empresa. 

Diante de toda esta pressão social, a negritude pode desenvolver/manifestar depressão, transtornos, estresse, medo, dependência química e inúmeras outras doenças mentais que acometem o ser humano, causas que podem levar ao suicídio. 

Segundo o Ministério da Saúde, o risco de suicídio é 45% maior entre adolescentes e jovens negros em comparação a brancos, em 2022. Enquanto a população branca manteve o seu número estável, a população nega aumentou o seu risco em 12%, o recorte é entre a faixa-etária de 10 a 29 anos, principalmente meninos e homens negros que tem 50% de chance maior de tirar a própria vida com relação a brancos na mesma idade. 

A estrutura racial da sociedade brasileira é questão de saúde pública e afeta a população negra em todos os aspectos da vida e infelizmente da morte.   
 

Se precisar, peça ajuda! 

Qualquer pessoa em sofrimento pode pedir ajuda ao Centro de Valorização da Vida (CVV) ligando no 188, um serviço de acolhimento e orientação que funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano. Também é possível contato via e-mail e chat acessando o site da CVV.  
Além da CVV, existem os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), serviços de urgência (192), as Unidades Básicas de Saúde (o Postinho) e  Ouvidoria-Geral da Saúde, no 0800 644 44 14, que podem realizar o atendimento.  

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