Anualmente, no dia 29 de agosto, é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica no Brasil. A data traz um alerta sobre o combate à violência, à lesbofobia e ao lesbocídio.
As mulheres lésbicas estão diante de um risco permanente social de violência da qual o entendimento sobre o que é ser lésbica está relacionado à prática sexual e não a afetividade e à vivência.
A visibilidade promove o diálogo e estimula as discussões sobre a existência de um projeto político que se atente à informação e formação para garantir estudo, trabalho, moradia e saúde para as mulheres, um dos caminhos possíveis para o início de uma mudança social, sobretudo nas regiões metropolitanas/interioranas.
Há também o apagamento sobre a saúde das mulheres lésbicas, profissionais despreparados e campanhas direcionadas somente a heterossexuais distorcem os cuidados que mulheres homossexuais devem ter para evitar ISTs e/ou HIV/AIDS, bem como o cuidado com a ginecologia em geral. Inclusive os direitos reprodutivos.
Segundo o levantamento exclusivo da Gênero e Número a partir de dados obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), é dentro de casa e no meio familiar que as mulheres lésbicas são violentadas. Em 61% dos casos, a agressão ocorreu na residência, enquanto 20% aconteceram em vias públicas e 13% em “outros locais”.
Os homens são algozes. Aparecem como autores em 96% das agressões sexuais Mulheres são apenas 1% das agressoras. Em 2% das agressões há registros de ambos os gêneros como agressores. Em 1% dos casos notificados o gênero do autor não é identificado.
Assim como nos outros tipos de violência, as mulheres negras são a maioria das vítimas de estupro contra lésbicas. Em 2017, elas representavam 58% das vítimas, seguida de brancas (35%), indígenas e amarelas (1%).
Dica de leitura
Recentemente a RMN-PR relançou, no Julho das Pretas, o livro Relatos no Palco da Vida que visibiliza as vivências das lésbicas, bissexuais e mulheres trans/travestis negras no contexto da pandemia da covid-19. O livro traz entrevistas realizadas com LBTs negras brasileiras, resgatando suas trajetórias de vida, o envolvimento com o movimento de mulheres negras e com o movimento LGBTQIA+, além de suas vivências pessoais.
O dia de hoje é pelo direto de representatividade política, em poder manifestar afeto em público, em ser vista, em simplesmente existir.
DENUNCIE CRIME DE HOMOFOBIA
Disque 100 ou no Disque Denúncia 181
Serviço 24 horas, gratuito e confidencial.
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