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Julho das Pretas

Julho das Pretas

O Que é
O Julho das Pretas é uma agenda propositiva que analisa e avalia de forma crítica a conjuntura das mulheres negras, promovendo debates, rodas de conversa, apresentações artísticas, diálogos, lançamentos, encontros e homenagens centradas no protagonismo e na luta da mulher negra. O mês de julho costuma ser uma convocação do feminismo negro para ocupar todo e qualquer lugar que uma mulher negra queira estar, e mais, propõe o fortalecimento do coletivo político e autônomo das mulheres negras.   
 

História do Julho das Pretas
A ação do Julho das Pretas foi criada pelo Odara - Instituto da Mulher Negra, em 2013, para celebrar o dia 25 de julho,  Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.  

Foi a partir de diálogos na Bahia, mais especificamente no Recôncavo, Feira de Santana e Baixo Sul que o Julho das Pretas foi criado. Com o intuito de construir uma agenda comum de intervenção do movimento de mulheres negras na Bahia, o instituto organizou a discussão sobre as atividades, ações, debates, problemáticas e prioridades das intervenções no território baiano.  

A ideia na época já era o de estender a ação para todo o país. "É necessário fortalecer o 25 de julho em todo o país. Acredito que a construção e validação dessa agenda vai garantir respeito e visibilidade para a luta das mulheres negras. É um dia para ampliar parcerias, dar visibilidade à luta, às ações, promover e valorizar o debate e a identidade da mulher negra brasileira e, na Bahia, vai reafirmar o julho como um mês de intervenção das feministas negras", afirmou a coordenadora executiva do instituto na ocasião, Valdecir Nascimento. Desde então, mulheres de todo o país se reúnem propondo agendas com o apoio do instituto.  
 

Sobre o Odara - Instituto da Mulher Negra
O Odara – Instituto da Mulher Negra é uma organização negra feminista, centrada no legado africano, sediada em Salvador, na Bahia. O Instituto surgiu em 2010 com o compromisso de atuar pelo fortalecimento da autonomia e garantia de direitos das mulheres negras, e pelo enfrentamento às violências raciais e de gênero. 
 

Data 25 de Julho
Em 1992 um grupo de mulheres negras organizaram o primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado em Santo Domingo, na República Dominicana, onde possibilitou a articulação de mulheres negras de diversos países, criando estratégias transnacionais para levantar e resolver problemas que atingiam diretamente a comunidade negra.  

Deste encontro nasceu a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-Caribenhas. A Rede, junto da Organização das Nações Unidas (ONU), foi a responsável pelo reconhecimento da data do dia 25 de julho como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, em 1992. 

Em 2014, durante o mandato da presidente Dilma Rousseff, foi instituída a Lei 12.987, que definiu na mesma data o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, uma data em homenagem à memória da Rainha Tereza. 
 

Rainha Tereza de Benguela
Tereza de Benguela viveu durante o século XVIII, ficou conhecida por navegar pelos rios do Pantanal e ser responsável por mais de 100 pessoas entre negros e indígenas. Depois da morte de seu companheiro, José Piolho, se tornou a Rainha do Quilombo Quariterê. Seu reinado durou 20 anos e suas habilidades estratégicas iam desde a organização econômica com parceiros comerciais até a estrutura política que aquele quilombo seguia, podia-se dizer que era uma espécie de parlamento. 

O quilombo foi destruído em 1770 pelas forças do governador da capitania do Mato Grosso, Luiz Pinto de Souza Coutinho. Soube-se por relatos duas versões da morte da Rainha Tereza, uma dizia que ela teria sido assassinada por colonizadores bandeirantes e outra que ela cometeu suicídio após ser presa.  

Rainha Tereza é a figura da mulher negra presente nesta sociedade, sempre à frente dos enfrentamentos das lutas diárias para garantir que o povo preto esteja a salvo. É a mulher negra que representa tal estratégia em proporcionar e garantir a mudança de nossa estrutura social. 

 
 

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