No último sábado (15) a RMN-PR recebeu a homenageada do Julho das Pretas, Iyagunã Dra. Dalzira Maria Aparecida, no Memorial de Curitiba, para celebrar a sua existência, luta e história no movimento negro. O espaço do Memorial foi ocupado pela pauta da mulher negra a partir da trajetória de vida de Iyagunã.
A RMN–PR produziu uma entrevista com a homenageada que acabou virando um minidocumentário onde foi apresentado durante a atividade. Em "Iyá Itan" acompanhamos o relato de vida de Iyagunã desde a infância, seus sonhos, a primeira experiência com o racismo e seus desdobramentos na medida em que a entrevistada se movimentava pelos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná.
A coordenação executiva da RMN-PR, Thais Souza e Juliana Mittelbach, celebraram a presença da homenageada, incentivando que a ação de nos celebrarmos enquanto vivas é também parte do fortalecimento e acolhimento dentro do ativismo.
Ser ativista é estar em constante construção. Iyagunã acredita que, "se estou aqui hoje é porque tiveram outros que fizeram esse caminho para mim" e ainda reforçou que não se nasce ativista, "a necessidade que vai fazendo com que a gente tenha que fortalecer, tenha que fazer alguma coisa, tenha que buscar, tenha que sobreviver". A sócia-fundadora da RMN-PR, Angela Martins reforçou que "a marcha das mulheres negras é permanente" e entender a conjuntura negra é fundamental para prosseguir na luta, sobretudo quando falamos de nós e por nós, mulheres negras.
Em um momento muito sensível e especial, Iyagunã Dalzira recebeu das mãos da artista, Eliana Brasil, uma obra em tecido com o rosto da homenageada em pontos de linha, marca da artista, ao qual Iyagunã chamou a atenção que "sua arte borda os pontos da vida e da ancestralidade". Também tivemos a apresentação do Grupo Vocal Ukuthula com as canções "Tin-tin alakorô" e "Canto para Oxalá".
Iyagunã falou da perseguição às religiosidades de matriz africana, no quanto costuma ser difícil até mesmo no cultivo de árvores e vegetação, fundamentais para a essência e função dentro de um terreiro. No documentário a Iyá diz que "sofrer a gente já sofre, mas sofrendo livre é bem melhor", porém quando se diz respeito a religião a liberdade é vigiada.
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