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Dia Internacional da Mulher - As lutas e atravessamentos da mulher negra

Dia Internacional da Mulher - As lutas e atravessamentos da mulher negra

Foto: Clarke Sanders
 
Desde a primeira infância as mulheres negras lidam com o machismo, o racismo e a exclusão. Por isso, no dia de hoje, Dia Internacional da Mulher, ressaltamos o papel da RMN-PR em atuar na garantia de direitos, como rede de fortalecimento, acolhimento, intensificadora da identidade racial e compartilhadora da poderosa história negra com a sua igual.
Já se perguntou para quantas mulheres negras você oferece afetividade? Quantas negras fazem parte da sua rede de afeto, e quantas delas são escuras? Quem são as mulheres que você admira, e quantas delas são negras? Por quantas mulheres negras você já se apaixonou? Com essas perguntas é possível refletir sobre como a sociedade impacta a mulher negra.
Os atravessamentos sociais que a mulher negra convive são latentes e diários, seja no trabalho, no relacionamento amoroso ou na amizade, a mulher negra lida com a solidão em ser a única em espaços de poder; em estar frente a frente com a morte e com o descaso; em perder os filhos na juventude; em trabalhar 10 horas semanais a mais e ganhar menos; em não ser a escolhida; em ser objeto; em não simplesmente ser aos olhos da branquitude.
É com os antepassados, sobretudo com a mãe negra, que nos fortalecemos, pois é na ancestralidade africana que o arquétipo da mitologia é feminino. Sendo assim, podemos citar a dignidade, a eficiência, a coragem, a inteligência, a originalidade e ousadia de Zezé Motta, Edna Roland, Sueli Carneiro, Edna Muniz, Enedina Alves, Antonieta de Barros, Elza Soares, Maria Beatriz do Nascimento, Viviane dos Santos Barbosa, Luislinda Valois, Virgínia Leone Bicudo, Lélia Gonzalez, Sônia Guimarães, Mãe Néia de Oyá e Mãe Marina de Ogun, além das rainhas, Tereza de Benguela  e Luisa Mahin. Há muitas que fizeram de nós as mulheres que somos hoje. 
É importante valorizar as mulheres negras, exaltar seus nomes e fazer referências às suas histórias de luta, pois a solidão da mulher negra brasileira está diretamente ligada a não ser considerada na posição de destaque. 
Nossa sociedade reproduz a ideia de que as mulheres negras têm um papel social a desempenhar: o de serviçal. Antes como escravizadas, atualmente em serviços domésticos com baixa remuneração, carga horária extenuante, e pouca garantia de seus direitos trabalhistas. Uma tentativa de manter o silenciamento das mulheres negras, naturalizando opressões, animalizando sua vivência ao reforçarem seus atributos físicos, seja para uso da força em trabalho braçal, seja para hiperssexualização de seus corpos. 
A sociedade brasileira precisa se realocar sem a dependência da exploração da mulher negra. Atualmente, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE - 2021), 55% da população vive em insegurança alimentar, isto corresponde a 19 milhões de brasileiros que estão em situação de fome. A mulher negra é a principal vítima desta calamidade pública do país com uma taxa estarrecedora de 19,8% em desemprego, sendo que mulheres não negras possuem 13,5% de falta de acesso a um trabalho fixo. 

Desde a primeira infância as mulheres negras lidam com o machismo, o racismo e a exclusão. Por isso, no dia de hoje, Dia Internacional da Mulher, ressaltamos o papel da RMN-PR em atuar na garantia de direitos, como rede de fortalecimento, acolhimento, intensificadora da identidade racial e compartilhadora da poderosa história negra com a sua igual.

Já se perguntou para quantas mulheres negras você oferece afetividade? Quantas negras fazem parte da sua rede de afeto, e quantas delas são escuras? Quem são as mulheres que você admira, e quantas delas são negras? Por quantas mulheres negras você já se apaixonou? Com essas perguntas é possível refletir sobre como a sociedade impacta a mulher negra.

Os atravessamentos sociais que a mulher negra convive são latentes e diários, seja no trabalho, no relacionamento amoroso ou na amizade, a mulher negra lida com a solidão em ser a única em espaços de poder; em estar frente a frente com a morte e com o descaso; em perder os filhos na juventude; em trabalhar 10 horas semanais a mais e ganhar menos; em não ser a escolhida; em ser objeto; em não simplesmente ser aos olhos da branquitude.

É com os antepassados, sobretudo com a mãe negra, que nos fortalecemos, pois é na ancestralidade africana que o arquétipo da mitologia é feminino. Sendo assim, podemos citar a dignidade, a eficiência, a coragem, a inteligência, a originalidade e ousadia de Zezé Motta, Edna Roland, Sueli Carneiro, Edna Muniz, Enedina Alves, Antonieta de Barros, Elza Soares, Maria Beatriz do Nascimento, Viviane dos Santos Barbosa, Luislinda Valois, Virgínia Leone Bicudo, Lélia Gonzalez, Sônia Guimarães, Mãe Néia de Oyá e Mãe Marina de Ogun, além das rainhas, Tereza de Benguela  e Luisa Mahin. Há muitas que fizeram de nós as mulheres que somos hoje. 

É importante valorizar as mulheres negras, exaltar seus nomes e fazer referências às suas histórias de luta, pois a solidão da mulher negra brasileira está diretamente ligada a não ser considerada na posição de destaque. 

Nossa sociedade reproduz a ideia de que as mulheres negras têm um papel social a desempenhar: o de serviçal. Antes como escravizadas, atualmente em serviços domésticos com baixa remuneração, carga horária extenuante, e pouca garantia de seus direitos trabalhistas. Uma tentativa de manter o silenciamento das mulheres negras, naturalizando opressões, animalizando sua vivência ao reforçarem seus atributos físicos, seja para uso da força em trabalho braçal, seja para hiperssexualização de seus corpos. 

A sociedade brasileira precisa se realocar sem a dependência da exploração da mulher negra. Atualmente, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE - 2021), 55% da população vive em insegurança alimentar, isto corresponde a 19 milhões de brasileiros que estão em situação de fome. A mulher negra é a principal vítima desta calamidade pública do país com uma taxa estarrecedora de 19,8% em desemprego, sendo que mulheres não negras possuem 13,5% de falta de acesso a um trabalho fixo. 

 

Sem comida no prato não há como avançar. Sem políticas públicas concretas e ativas não há o que superar. Sem representatividade não há o que comemorar.  

No Dia Internacional da Mulher é fundamental fazer o exercício de ter o entendimento, respeito e ação de que quando o reconhecimento e a admiração chegar à mulher negra, todas as mulheres serão reconhecidas e admiradas.

 

* O dia 8 de março foi oficializado como Dia Internacional das Mulheres em 1975 quando a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou o Ano Internacional das Mulheres, como uma ação voltada ao combate das desigualdades e discriminação de gênero em todo mundo.

 

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