7 DE ABRIL - DIA MUNDIAL DA SAÚDE

A saúde, a declaração universal dos direitos humanos de 1948 está no artigo XXV, que define que “todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis. “
Em outro momento da história já foi definida como a simples ausência de doença.
No Brasil, é um direito constitucional desde 1988, quando aprovada a constituição cidadã. Nela a saúde está em seu artigo 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
Segundo a OMS, desde 1946, "definiu a saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade”.
No entanto, a saúde deveria ser a rotina, deveria ser o natural, algo que acontece sem tanto esforço, e o seu acesso é facilitado. Para a população negra parece ser até mais fácil compreender a doença, visto que nosso direito à saúde nos é negado diariamente.
No Brasil, temos um sistema de saúde universal, o Sistema Único de Saúde - SUS. E ainda que muitas coisas nesse sistema precisem melhorar, a sua existência é uma grande vitória da democracia, de cada brasileiro e brasileira que sente na pele, na mesa, e na sua saúde o peso da desigualdade racial e econômica. Temos no SUS o direito à voz, e a possibilidade de mudança através do controle social. Não à toa a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra foi promulgada em 2009, enquanto o Estatuto da Igualdade Racial somente em 2010, evidenciando ainda mais essa voz. O racismo que vemos na sociedade, também se expressa dentro do SUS, e nele denominados racismo institucional. E é contra ele que lutamos: “práticas que colocam pessoas de grupos raciais ou étnicos em situação de desvantagem no acesso aos benefícios gerados pela ação das instituições e organizações, como, por exemplo, na morosidade da implementação de políticas públicas”. Esta definição está na Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, e o seu combate está nos seus princípios, objetivos e estratégias.
Lutamos por um SUS que seja de fato Universal. Lutamos para que Mulheres Negras não sofram mais com a violência obstétrica. Lutamos para que nossos tios, irmãos, filhos, sobrinhos não sejam mal avaliados em serviços de emergência. Lutamos também para que a grande massa de profissionais de saúde saibam que alguns medicamentos não têm o efeito esperado para a população negra, e para isso outras alternativas terapêuticas devem ser utilizadas.
Nesse dia mundial da saúde, o que queremos é reafirmar que a saúde é um direito, com o desejo que ela esteja presente na vida da população negra. E que a ausência dela e do acesso a ela, não custe nossa vida.