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Boas Festas! Nos vemos em 2024.

Boas Festas! Nos vemos em 2024.

Mais um ano intenso se passou, o mote escolhido pela organização foi "Pretas Pela Democracia", tema que ressalta a saúde, o direito da comida na mesa, a luta política, o pertencimento, a ancestralidade, a escuta, o acolhimento, o respeito às vidas LGBTQIA+, a religião, o direito à educação. E que também valoriza a vivência, os saberes, a dignidade e reverbera o coletivo feminino e preto. Este ano também marcou o início da mobilização rumo à Marcha 2025.  

A 11ª edição do Julho das Pretas homenageou a Ialorixá, Iyagunã Dalzira, personalidade do movimento negro no Paraná e mentora na união dos saberes tradicionais africanos com outros saberes. Entre os seus ensinamentos, durantes as atividades do Julho, a homenageada enfatizou a importância do autocuidado e cuidado para além da luta que é permanente para as mulheres negras, bem como em afirmar a importância da história negra para nomear/celebrar quem veio antes nós e na responsabilidade que temos na continuidade desta luta.  

Segundo Iyagunã Dalzira, a estratégia precisa ser de acolhimento e não de sobrevivência, "Cuida do Orì. Nossos dedos do pé não se movem se o Orì não estiver no comandando". Prezar pela saúde mental deve vir antes de qualquer coisa, mesmo diante do racismo.  

Na ocasião perguntamos se nascemos ativistas, a Iyà respondeu: "Eu creio que não. A necessidade que vai fazendo com que a gente tenha que fortalecer, tenha que fazer alguma coisa, tenha que buscar, tenha que sobreviver. Viver plenamente, acredito que a gente não viva, porque tem que brigar com todos esses vieses que são terríveis".  

Referência na fala, na presença e principalmente na sua existência, Iyagunã Dalzira, refletiu sobre as mulheres negras e seu papel diante da democracia: "Eu creio que a mulher negra está a serviço da democracia. A gente está buscando ainda uma democracia, mas não é uma democracia plena, ela está sendo construída e quase que a gente a perde, foi por muito pouco. A democracia, a gente vai estar sempre construindo, reconstruindo, segurando, não é? Mas é a mulher negra que está a serviço da democracia, dessa mudança, de fazer esse barco andar". 

Que consigamos exercitar cada vez mais o autocuidado e cuidado entre nós, mulheres negras, e seguir fortalecidas, em marcha, rumo à 2025. 

Boas Festas! 

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