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RMN-PR visita a Escola Estadual Especial José Richa

RMN-PR visita a Escola Estadual Especial José Richa

Na última terça-feira (18) a RMN-PR, representada por Angela Sarneski e Eliana Brasil, estiveram na Escola Estadual Especial José Richa e se encontraram em atividade com 120 pessoas entre alunos e professores para uma oficina sobre a história da RMN-PR fazendo referência à luta das mulheres negras e a ícones da negritude na construção do movimento negro, bem como a historicidade de como a presença/imagem negra foi e é retratada pelo olhar da artista Eliana Brasil. 
A organização foi convidada pela professora Giselle Christine Roesler dos Santos, educadora de artes visuais da escola, "às vezes uma palestra que a gente está assistindo não é somente para o aluno, é para mim enquanto professor, eu enquanto pessoa, eu a me construir e ter uma perspectiva diferente. Eu falo como artista visual, como professora de artes visuais, eu não tinha me atentado a essas coisas, de alguns detalhes que a artista que vocês trouxeram expôs, e isso foi enriquecedor pra mim, enquanto pessoa, para eu poder construir a minha ideia de forma mais correta e passar isso de uma maneira mais segura para os alunos". 

A artista Eliana Brasil se surpreendeu com o ambiente e interação dos alunos, "fiquei receosa antes de chegar na escola e mesmo na chegada, ao ver toda a turma de estudantes já nas cadeiras aguardando. Fiquei pensando como seria o interesse e a interação da turma, mas fui surpreendida com a participação e o brilho nos olhos de quase todos. Muitos estudantes se posicionavam se reconhecendo como negros e conscientes de alguns mecanismos do racismo e outros interagiam fazendo perguntas, tipo – " o que é uma mulher negra?". Foi uma experiência superbacana! Aprendi muito naquela manhã especial". 

A educação abre caminhos mais seguros, surpreende e transforma a forma como vemos o horizonte, segundo Giselle, "os alunos estão perguntando quando vocês (a RMN-PR) voltam. Os nossos alunos não ficam felizes quando dão um objeto para eles, um presente, uma bala, uma roupa, qualquer coisa, ficam felizes que venham pessoas de fora para falar com eles e para mostrar esses valores". 

A escola deve trabalhar durante todo o ano e não esperar o mês de novembro para uma movimentação pontual para tratar gênero e raça, Giselle nos afirmou os desafios de trabalhar a temática em sala, "é imprescindível ter pessoas negras aqui que sejam de organizações que estejam articuladas para falar às crianças e que elas possam sentir essa caminhada de vocês, passar a experiência, a vivência de vocês. Eu trabalho o ano inteiro com eles sobre o respeito que toda a sociedade tem que ter diante dos negros, com os povos originários, sobre a consciência negra, sobre a questão indígena, mas ter vocês falando é muito importante".  

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